Em entrevista, o actor confessa que a família está em primeiro lugar e que não lhe faltam projectos: entre os quais um livro que quer publicar.
Aos 16 anos saiu de casa e foi morar sozinho. Porquê tão novo?
Estava a trabalhar como manequim e surgiu a oportunidade de ir viver para Milão. Achei que era a altura de descobrir o Mundo, viajar e ter a minha independência. É bom crescermos e despontarmos para o Mundo.
Adaptou-se bem às lides da casa?
É sempre diferente morarmos sozinhos, mas adaptei-me bem. Desde pequenino que sempre fiz tudo. Acima de tudo, era um rapaz com os olhos muito abertos e sempre a ver o que se passava à minha volta e como é que as coisas se faziam, por isso, não foi complicado.
Ainda assim, admite que é um menino da mamã.
Tenho uma ligação gigante com os meus pais. Sou filho único, somos três pessoas muito unidas e eles são uma das forças grandes que eu tenho na minha vida. Não vou a correr para o colinho da mãe sempre que acontece alguma coisa, mas gosto muito de abraçar a minha mamã. Falo com ela milhares de vezes por dia e jantamos juntos muitas vezes.
Ter independência muito cedo fez com que, aos 28 anos, já tenha corrido meio mundo. Qual foi a viagem que mais o marcou?
Já viajei muito, mas a viagem que me marcou mais foi a parte asiática do Planeta. É uma cultura completamente diferente da ocidental, as paisagens são maravilhosas. A parte de Hong Kong, Macau e China foi das viagens mais interessantes que eu fiz.
E este ano está a planear alguma viagem de sonho?
Quero muito ir a Zanzibar na Tanzânia, mas talvez só consiga ir mais para o final do ano. Vamos ver como é que correm as gravações, até quando vão ser feitas. Depois, obviamente que viajar faz parte dos planos.
A passagem pelo Brasil deu-lhe reconhecimento ao ponto de a actriz brasileira Graziella Massafera ter dito que o Ricardo era o único português famoso que conhecia.
Deve ter sido porque a Grazi, hoje em dia, namora com um grande amigo meu, o Cauã. Mas, claro, foram dois anos muito importantes, onde fiz três novelas, um filme, uma curta-metragem, publicidade, onde conheci toda a gente no Brasil, toda a classe artística. Foi um momento muito bom na minha carreira e a repetir. O Brasil estará nos meus objectivos de trabalho. Adorei ter lá passado e espero repeti-lo. Espero que para o ano, mas ainda não posso falar sobre isso.
Do que é que tem mais saudades?
Daqueles sucos maravilhosos que eles faziam lá.
Entretanto regressou a Portugal, onde está com um personagem completamente diferente. Como foi a adaptação a ‘Floribella’?
Foi árdua, no sentido de criar um personagem diferente, para um público diferente. Mas é um desafio, aprendi a explorar o lado mais cómico da minha forma de representar e tenho a certeza de que me vai dar um background muito bom para futuros personagens, talvez mais virados para o humor.
E em relação à Luciana Abreu, ganhou uma amiga?
Pode-se dizer que ganhei uma companheira, a amizade constrói-se ao longo dos anos. Tenho pouco tempo extra ‘Floribella’ e quando o tenho aproveito para estar com os amigos e família. Acima de tudo, não tenho nenhuma razão de queixa dela.
Se a vida profissional lhe corre bem, a nível pessoal parece ter encontrado a estabilidade ao lado da sua namorada, Francisca...
Isso é uma parte que unicamente me diz respeito a mim e a ela. A minha estabilidade emocional é importante e estou óptimo, feliz e de bem com a vida.
Para si o trabalho está em primeiro lugar?
Tudo tem o seu peso. Amo e dedico-me 300 por cento à minha profissão, mas também acho que o equilíbrio é importante, por isso, toda a minha vida pessoal tem de estar num patamar bastante elevado, senão num patamar superior ao trabalho. Embora o trabalho ocupe um lugar de destaque brutal dentro da minha pessoa, o lado pessoal é imbatível. O meu bem-estar é precioso.
Gostava de ser pai num futuro próximo?
A seu tempo verei se a vida me permite ter filhos, mas claro que a família é um dos patamares importantes que eu quero atingir.
Está a gravar num ritmo muito intenso. Como aproveita o pouco tempo livre?
Leio muito, passeio, durmo, descanso, faço exercício e estou com as pessoas que amo.
Também gosta de pintar.
Faço uns rabiscos. Pintar surge numa brincadeira com uma amiga minha, a Rita Fernandes, que me ensinou algumas coisas. Abandonei um bocadinho porque estou a gravar muito, a Rita foi mãe e deu-me dois sobrinhos maravilhosos, mas gostava de um dia fazer um curso de pintura e aprofundar uma coisa que gosto de fazer.
O futebol é uma paixão?
É verdade. E quando tenho o cabelo rapado até me confundem com o Canavarro. Mas o futebol é uma das minhas grandes paixões, principalmente o Benfica...
Escrever é outro dos seus hobbies. Não pensa em publicar um livro?
Talvez. Estou a criar a raiz de algo que poderá ser giro. É um livro e será uma ficção. É uma coisa que eu estou a construir com calma para um dia publicar e pôr a andar, sem qualquer tipo de pressão.
O que gostava de fazer no futuro?
Gostava de experimentar outros mercados, como, por exemplo, Espanha, mas também de continuar esta ligação com o meu país e de fazer parte desta evolução.
In Correio da Manhã